A nossa intimidade guarda em nós salões franceses do século XVII, adornados e espaçosos de fazer eco. Caminham por eles aristocratas de perucas vestidos com suas melhores roupas, cantando suas melhores músicas e emitindo as mais diversas opiniões sobre a política corrente. Pedem desculpas como lordes que são, falam baixinho, pausadamente, temem a incompreensão e o escárnio. Por isso, são tão frágeis. Ao menor ruído dissonante, os salões fecham suas portas, apagam-se os candelabros, os dedos dos nobres vão às próprias bocas, em riste, fazendo “sshhh”. Talvez não nos vejam aqui, eles pensam, talvez esqueçam que ouviram de nossa música, comeram de nossa comida, sentaram em nossas poltronas.
Read MoreAs conexões que construímos ao longo da vida têm muito disso, esse sentimento de estarem acima de tudo, mas também de nos sustentarem. Estão, desta forma, ao nosso redor, protegendo-nos do marasmo, da falta de graça, da monotonia, da chatice e do sofrimento que podem ser a vida.
Read More