Pelas ruas do Suriname
Enquanto o pau quebra no Brasil, eu conheci um pouco mais do Suriname. Essa aí de cima é, segundo o Satish, dita a maior construção em madeira das Américas. Nem ele sabe se isso realmente procede, mas é muito impressionante de qualquer forma. É madeira pra todo lado por aqui. O cheiro de madeira dentro dos edifícios, inclusive, é bastante característico. O pessoal está tão acostumado que nem percebe.
Curiosamente, passei por 3 cemitérios distintos nessa viagem. Satish explicou que é por causa de diferentes religiões e etnias. Cada grupo acaba construindo o seu. Mas, independentemente do cemitério, as grades que limitam os terrenos são bem baixas. Não entendi bem o porquê.
Passei também ao lado do único hospital psiquiátrico de Paramaribo. O pessoal estava tomando banho de sol do outro lado da rua, sob árvores sentados em banquinhos ou no chão.
Visitei a Associação de Futebol do Suriname. Fica do lado do principal estádio do país, bastante humilde. Lá já jogaram Cruzeiro, São Paulo, até o Santos com Pelé, disseram-me. Conversei com um dos diretores da Associação de Futebol e ele ficou surpreso por eu falar inglês. Achou até que eu não era brasileiro. Eles recebem alguns jogadores brasileiros, que só falam português. Ele precisa de um tradutor do lado para se comunicar. Saí de lá com uma camisa de jogo da seleção pra mim e uma de concentração pro Rodolfo.
Percebi que há várias pessoas por aqui que não sorriem. Satish diz que a maioria é composta por negros e põe na conta dos maus-tratos pré e pós colonização. Parece-me que faz sentido.
Almoçamos em um antigo forte do século XVIII, utilizado à época para proteger a costa de invasões. Há um museu, além do restaurante, no local. Ao redor do forte, ainda há as casinhas de madeira onde os oficiais moravam. Também há poças d'água. Muitas. Choveu bastante por aqui hoje. Pancadas de chuva fortes são comuns nessa época. Nosso carro, após o almoço, estava rodeado de água.
Forte do século XVIII.
Amanhã, volto ao Brasil. Foi divertido.
Eu viajei ao Suriname a trabalho em maio de 2016. Publiquei esse texto no Medium em 11/05/2016.